Meu Caminho ao Yoga
- Rosane Abude
- 3 de mai. de 2022
- 5 min de leitura
Atualizado: 3 de mai. de 2022
Como tudo começou
Em 1995 estava passando por uma crise silenciosa em minha vida. Eu me sentia completamente perdida e triste. Não sabia exatamente o que era, mas tinha um vazio muito grande no meu peito.
Um ano antes, tinha perdido o meu primo, Paulinho, para a AIDS. Ele tinha hemofilia e se contaminou com o HIV em uma das transfusões de sangue. Se fosse hoje, ele estaria vivo graças à ciência ter descoberto um tratamento e controle da doença.
Paulinho era uma das pessoas mais felizes que eu já conheci, mesmo tendo tantos problemas de saúde. E, por isso, eu achava que não tinha o direito de ficar triste. Além disso, tinha dois filhos saudáveis, lindos e uma família que me amava.
Após a sua morte, pedi muito a Deus que me mostrasse um caminho espiritual que fizesse sentido para mim. Nunca me interessei por nenhuma religião. Apesar da minha mãe ser devota de Jesus Cristo, cresci ouvindo ela dizer que tinha dois grandes medos em relação aos filhos: drogas e fanatismo religioso. Mas mesmo assim, eu desejava um caminho que me trouxesse a paz e a felicidade que percebia em Paulinho e uma devoção que não conseguia sentir por Deus.
Conheci o Mestre Yogananda
Neste mesmo ano, meu irmão Ricardo me emprestou o livro Autobiografia de um Yogue, de Paramahansa Yogananda. Para quem não o conhece, ele foi um mestre Indu que recebeu a missão de ensinar a filosofia do Yoga para os ocidentais. Ele fundou a Self Realization Fellowship (SRF) na Califórnia, EUA. Fiquei muito encantada com as histórias da sua vida, mesmo não conseguindo entender todas as mensagens que estavam ali escritas. Porém a magnitude dos seus ensinamentos e o seu grande amor a Deus me fizeram ter a curiosidade de conhecer mais os seus centros de meditação. Bom... mas isso só aconteceu 4 anos depois. Não era nada fácil me filiar a alguma instituição religiosa.
Conheci o Centro de Meditação da SRF em Salvador

Quando fui ao Centro de Meditação da SRF em Salvador, não sabia que seria fisgada por três iscas:
1. O centro tinha uma aura de paz que eu nunca tinha sentido antes;
2. Descobri que as pessoas faziam os seus estudos e suas práticas em casa. Você e o mestre e mais ninguém. Perfeito!
3. A sua oração que começa assim: Pai Celestial, mãe, amigo, meu querido e bem-amado Deus, Jesus Cristo, Bhagavan Krishna, Mahavatar Babaji, Lahiri Mahajaya, Swami Sri Yukteswar e amado guruji Paramahansa Yogananda e santos de todas as religiões, eu vos reverencio.
Como assim “santos de todas as religiões”??? Pensei, aqui tem algo muito especial. Ainda assim, frequentava muito pouco. Inserir um novo hábito na nossa vida não é nada fácil, mas também eu era cheia de desconfianças.
Participei da Convocação Mundial da SRF
Em 1999, o mesmo irmão Ricardo foi passar um tempo em um dos monastérios da SRF na Califórnia. Por causa disso, em 2000 recebi a missão da nossa mãe de visitá-lo e tentar descobrir se a instituição religiosa de Yogananda era uma “seita maligna” ou um caminho espiritual sério. Missão nada desagradável, não é? Matar a saudade do meu irmão e, ainda por cima, conhecer os States. Diga aí, quem não aceitaria?

Antes de ir, Ricardo marcou um papo entre mim e Abrão, na época monge da SRF, para que ele me falasse sobre a instituição. Abrão me incentivou a ir durante um dos eventos mais importantes e de maior número devotos de Yogananda, que vinham de toda a parte do planeta, a Convocação. Durante esse evento, os monges fazem uma série de palestras e atendimentos individualizados para os devotos.
Preparei tudo e fui à Califórnia em agosto do mesmo ano. Encontrei meu irmão mais feliz do que nunca e, ao mesmo tempo, senti um clima muito intenso de devoção ao mestre e uma aura de paz nas pessoas. Foi, realmente, uma viagem surpreendente, cheia de descobertas e quebras de tabus. Visitei vários templos e monastérios da SRF na Califórnia.
Quando eu voltei, comecei a frequentar o Centro de Meditação da SRF em Salvador. Pedi as lições do mestre, comecei a meditar e nunca mais parei.
Coincidência ou não, nessa época eu já era uma natureba vegetariana há 18 anos. Não que você precise ser vegetariano para praticar Yoga, mas é fortemente recomendado que o praticante tenha uma alimentação saudável. As perturbações que uma alimentação desbalanceada e não saudável geram no corpo físico e na mente são um grande impedimento para silenciarmos o corpo e entrarmos em um estado de meditação mais profundo.
Conheci a Índia
Em 2013, Abrão me convidou para visitar a Índia, pois ele estava organizando (e organiza até hoje) uma viagem com um grupo, onde iríamos visitar os locais comentados na autobiografia do mestre Yogananda. Nunca tive vontade de ir a Índia, porque já vivenciamos tanta injustiça social no Brasil, e por isso não gostaria de vivenciá-la em outro país. Injustiça social é algo que me perturba muito. Mas Abrão insistiu e disse que seria algo muito transformador na minha vida e, por confiar muito nele, resolvi viver essa aventura.

Realmente foi uma grande aventura de transformação interior. Recomendo a todos. Quem vai a Índia em busca da sua espiritualidade não volta o mesmo, pode ter certeza. Eu não voltei a mesma Rosane e a minha prática de Yoga, também, deu um salto qualitativo impressionante. Bom... a história da minha viagem à Índia exige outro texto, que prometo contá-la em breve.
Comecei a ensinar meditação a um grupo de jovens
Em 2017, alguns amigos do meu filho Vitor me pediram para eu ensiná-los a meditar. Como eu tinha um pacto com a SRF de não ensinar as técnicas, aceitei o desafio, porém passei apenas as meditações guiadas do centro de meditação, que eram feitas para o público geral.
Apesar do grupo ter crescido bastante, a ponto de ter mais de 20 pessoas e a garotada adorar os nossos encontros, eu sentia que me faltava didática e fundamentos mais profundos sobre o Yoga. Foi aí que eu senti a necessidade de fazer uma formação para me tornar uma verdadeira professora de Yoga.
A formação
Comecei a pesquisar, mas foi dentro de casa que recebi a melhor sugestão de todas, do meu filho Bruno: “Mãe, procure por Marquinhos, meu professor de Yoga. Acho que ele dá formação para professores”. Ele tinha praticado Hatha Yoga com Marquinhos por indicação de uma amiga, também devota de Yogananda.

Eu não poderia ter caído em melhores mãos. Marquinhos é um professor maravilhoso, digo que é o rei da didática. Além disso, associou-se a um grupo de professores que seguem a tradição do Yoga e estão envolvidos muito de perto com os melhores centros de pesquisa sobre o Yoga do mundo.
Em 2018, fiz a minha primeira formação e continuo estudando e me aperfeiçoando até hoje. Eu me sinto muito feliz e realizada por levar paz, saúde e bem-estar às outras pessoas. Algo que venho experimentando há muitos anos, desde que iniciei as minhas práticas de Yoga, com o mestre Yogananda.
Quando eu conto essa história, percebo como o meu caminho foi sendo, indireta ou diretamente, conduzido pelas pessoas que mais amo nesse mundo, meus filhos e minha família e, com certeza absoluta, com as bênçãos e sussurros do mestre.
Agradeço a todos aqueles que me inspiraram, ensinaram , ajudaram e contribuíram para que eu chegasse até aqui!
Venha conhecer o meu trabalho com o Hatha Yoga, feito com muito amor.
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