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Cultura x Discernimento

  • Foto do escritor: Rosane Abude
    Rosane Abude
  • 1 de out. de 2022
  • 4 min de leitura

Quero propor uma reflexão sobre a seguinte frase, que eu li recentemente: “Vaquejada não é tortura é cultura.”


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Para quem não sabe, a Vaquejada é um “esporte”, em que o vaqueiro tem que derrubar o touro dentro de uma área específica e em um determinado tempo.


Realmente, a Vaquejada é uma cultura que faz parte do povo sertanejo. Isso ninguém pode contestar. Porém, dizer que não é tortura me incomoda muito e fere profundamente o meu coração.


Antes de contra-argumentar, vamos dar uma volta em algumas culturas do passado e do presente pelos arredores do mundo.

Fonte: Wikipédia e Apasfa.


1. Na Escócia do século XVIII, fazia parte da cultura a mulher apanhar do marido por tê-lo desobedecido ou discutido na frente de outras pessoas.


2. Ainda hoje, a retirada do clitóris e/ou até dos pequenos lábios de crianças de uma semana a 14 anos de idade é um ritual de passagem ou iniciação na África, Oriente Médio e Sudeste Asiático há mais de 2000 anos. O objetivo é evitar que a mulher tenha prazer sexual. As operações são seguidas de muita dor e sangramento. Como são feitas em condições precárias de higiene, com tesouras, facas e navalhas, o número de infecções é muito grande e boa parte das mulheres operadas torna-se estéril. A Organização Mundial de Saúde estima que entre 80 e 114 milhões de mulheres já passaram por esse ritual macabro. O número de mortes decorrente é desconhecido, pois as tribos não acreditam que a prática possa matar alguém, o que dificulta a contabilidade.


3. Na Roma antiga, os gladiadores (lutadores escravizados) se enfrentavam para entreter o público e o duelo só terminava quando um deles morria, ficava desarmado ou ferido sem poder combater. Nesse momento do combate, quem presidia os jogos decidia se o derrotado morria ou não, frequentemente influenciado pela reação dos espectadores do duelo. Entretanto, alguns estudos relatam que nem sempre o objetivo era a morte de um dos gladiadores, haja vista que isso geraria ônus para o estado romano. Argumenta-se que o principal objetivo era o entretenimento da plateia.


4. Desde a antiguidade que existe a prática de sacrificar um ou mais seres humanos para algum fim, usualmente de cunho religioso, para agradar a algum deus ou força espiritual. Apesar das tentativas de se eliminar tais práticas, ainda há alguns grupos ou culturas que praticam sacrifícios humanos nos dias atuais.


5. Até recentemente era permitida a apresentação de animais em circos. Enquanto algumas crianças sonhavam em visitar um circo, é provável que muitos animais forçados a se apresentar sonhavam em escapar. O reluzir dos espetáculos circenses contrastava com o que faziam os circos: tornar miserável a vida desses animais. Por natureza os animais não montam em bicicletas, nem saltam através de anéis de fogo. Se faziam, era pelo poder dos chicotes, de agulhas que dão choques e de outras ferramentas usadas para forçá-los a executar tais proezas. Os grandes felinos eram acorrentados a seus pedestais e as cordas eram enroladas em suas gargantas para que tivessem a sensação de estarem sendo sufocados. Os ursos tinham o nariz quebrado durante o treinamento e suas patas queimadas, para forçá-los a ficar sobre duas patas.


6. Não precisa nem lembrar da escravidão dos pretos, não é?


Bom, já nascemos inseridos em um determinado ambiente, onde todos os adultos a nossa volta nos ensinam os seus valores, suas culturas e suas crenças. Somos influenciados o tempo todo pelo ambiente em que vivemos, mas todos nós somos dotados de inteligência e discernimento infinitos.


Discernimento é a capacidade de avaliar algo com sensatez e clareza, de perceber a diferença entre o certo e o errado, de entender algo com grande facilidade e perspicácia.


Portanto, não fomos projetados para aceitar tudo só porque sempre foi assim, porque faz parte da cultura ou porque nossos pais e avós agiam assim.


Graças à luta de algumas pessoas corajosas, com inteligência e discernimento acima do comum, muitas culturas foram banidas da fase da terra ou melhorada.


Voltando, se Vaquejada é cultura e não tortura, proponho que façamos o seguinte exercício: imagine você ou o seu filho, sua mulher ou marido, sua mãe ou pai, seu melhor amigo ou seu animal de estimação sendo forçado a participar de uma competição, onde uma pessoa lhe fará correr, lhe pegará pelo cabelo, pelo pescoço, rabo ou seja lá onde for, com o propósito de lhe derrubar por pura diversão. E nessa “diversão” você tem uma grande probabilidade de se machucar seriamente ou até mesmo morrer. Pense aí...


Se isso não é tortura e maus-tratos, qual o nome que daríamos a isso?


A minha torcida é para que essa e as próximas gerações sejam capazes de usar a sua mais pura inteligência e seu discernimento para transformar esse mundo em um lugar muito melhor para as futuras gerações.


Gostaria muito de saber a sua opinião. Concorda ou não e por que?


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